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sábado, 10 de março de 2012

Aroeira

NOME POPULAR: Aroeira-do-sertão,  aroeira-preta, aroeira-verdadeira
NOME CIENTÍFICO: Myracroduon urundeuva   Allemão
FAMILÍA: Anacardiaceae

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Árvore de 5-10m de altura na caatinga ou até 24 m na mata decídua, com tronco que pode atingir 1 m de diâmetro. Copa ampla, com folhas compostas imparipinadas, com 5-7 pares de folíolos ovado-obtusos, pubescentes em ambas as faces quando jovens, com até 5 cm de comprimento. As flores masculinas e femininas são pequenas e dispostas em grandes panículas pendentes, pardacentas e purpúreas, dispostas em pés separados; frutos drupáceos, globoso-ovais, pequenos, com restos do cálice em forma de estrela. Nativa do Nordeste até São Paulo e Mato Grosso do Sul, ocorre largamente na caatinga e nas matas secas e subúmidas, de preferência nas encostas de serras, nas formações calcárias e afloramentos rochosos bem drenados. Pode ser cultivada a partir de sementes, cujos brotos podem ser cortados quando tiver altura de meio a um metro para que formem os renovos, os quais, poderão ser colhidos periodicamente e usados no lugar da entrecasca da planta adulta, mais o seu crescimento é muito lento.

USO
            É uma das principais plantas da medicina tradicional nordestina, conhecida pelo seu uso secular na forma de semicúpio (banho-de-assento) após o parto, em que se emprega o cozimento da entrecasca. Esta mesma preparação é indicada também para o tratamento caseiro de afecções cutâneas de problemas do aparelho urinário e das vias respiratórias. O estudo farmacológico pré-clínico do extrato aquoso da entrecasca bem como o extrato hidroalcoólico, mostraram significante efeito antiinflamatório, antiulcerogênica e cicatrizante: o extrato aquoso mostrou nível baixo de toxicidade em ratos por via oral, exceto em ratas prenhas quando administrado durante longo tempo. Embora até o momento não tenham sido identificados separadamente todos os constituintes terapeuticamente através da aroeira, os resultados destes estudos e de observações clínicas permitem recomendar seu uso oral como antiinflamatório e cicatrizante, indicado no tratamento de ferimentos, infeccionados ou não, na pele, nas gastrites, úlcera gástrica, cervicite, vaginites e hemorróidas. Para o tratamento dessas manifestações, o cozimento feito com 100g da entrecasca seca quebrada em pequenos pedaços, deve ser extraído duas vezes cada vez, com meio litro de água, de modo a perfazer, no final um litro. Esta preparação pode ser bebida ou aplicada localmente. Nas gastrites e úlcera gástrica, toma-se duas colheres das de sopa 1 a 3 vezes ao dia; nos casos de cervicite e cervicovaginite aplica-se diariamente compressa intravaginal antes de deitar para dormir colocando-se um absorvente interno (tipo “O.B.”) e, em seguida cinco a dez ml do cozimento com o auxílio de uma seringa. Nas inflamações das gengivas e da garganta faz-se o gargarejo ou bochechos com o cozimento diluído com 1 a 2 partes de água duas ou mais vezes ao dia; para hemorróidas, o uso e local na forma de compressas, lavagens ou de micro-clister de retenção, feito ao deitar, depois de defecar e higienizar o local. Não se encontrou nenhum registro de reação tóxica com a aplicação dos tratamentos na forma recomendada, embora seja possível ocorrer alguma reação em pessoas sensibilizadas pelo líquido da castanha de caju que é rico em alquifenois, agente sensibilizante comum em anacardiáceas.


Referência:

HARRI, LORENZI, F.J. A. Matos, 2008  Plantas Medicinais: no Brasil:  nativas e exóticas, 2 ed.  Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum


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