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terça-feira, 6 de março de 2012

Romã

NOME POPULAR: Romã, romanzeira
NOME CIENTÍFICO: Punica granatum L.
FAMILIA: Lythraceae (Punicaceae)
 CARACTERÍSTICAS GERAIS

Arbusto ramoso ou arvoreta de até 3m de altura, com folhas simples, cartáceas, dispostas em grupo de 2 ou 3, de 4-8 cm de comprimento. Flores solitárias, constituídas de corola vermelho-alaranjada e um cálice esverdeado, duro e coriáceo. Frutos do tipo baga,globoides, medindo até 12 cm, com numerosas sementes envolvidas por um arilo róseo, cheio de um líquido adocicado. É, muito provavelmente, originária da Ásia e espalada em toda a região do Mediterrâneo, sendo cultivada em quase todo o mundo, inclusive no Brasil.

USO

Seus frutos são cosmestíveis. A literatura etnofarmacológica refere o uso do pericarpo, que é a parte externa do fruto, para tratamento de inflamações na boca e na garganta e, do líquido do arilo das sementes contra catarata, apenas com base na tradição. De longa data se conhece a atividade das cascas do caule e da raiz desta planta contra vermes chatos (solitária), diarréia crônica e disenteria amebiana, cuja ação é justificada pela presença do alcalóide isopeletierina e seus análogos. Externamente, na forma de infusão em bochechos e gargarejos, é usada contra gengivites e faringites e, em banhos contra afecções vaginais e leucorreias. Os ensaios farmacológicos  realizados com extratos do pericarpo mostraram: atividade contra as bactérias patogênicas, inibição superior do crescimento de tumores experimentais, enquanto os taninos isolados do pericarpo se mostraram ativos contra o vírus HVS-2 do herpes genital, inibindo sua replicação e bloqueando, em cultura de células, a sua adsorção nas células testadas. Já o suco do fruto liofilizado deu bons resultados no tratamento da despigmentação da pele, na forma de creme. Mesmo considerando que a eficácia  e segurança dessas preparações ainda não foram comprovadas através de ensaios clínicos, as propriedades químicas e farmacológicas descritas permitem recomendar várias preparações para os tratamentos caseiros com esta planta. Assim, nas inflamações da boca e da garganta pode-se mascar pequenos pedaços secos ou frescos da casca do fruto como se fossem pastilhas ou usar o cozimento (decocto), preparado com uma colher das de sopa dos pedacinhos da casca em água suficiente para uma xícara das medidas, na forma de bochecho ou gargarejo ou em compressas; nos casos de herpes genital pode-se fazer lavagens e compressas nos locais afetados com o mesmo tipo de cozimento; nas infestações por tênia deve-se usar o cozimento preparado com 40 a 60g de pó da casca do tronco ou da raiz, com 100 a 200 mL de água, fervendo-se a mistura por dez minutos, que deve ser coada ainda quente através de um pano fino; toma-se esta dose em três a quatro porções no espaço de uma hora e, uma hora depois da última dose, deve ser administrado um purgante de folhas de sena. Quem não tolera o seu sabor muito amargo e adstringente (travoso) próprio da planta, pode juntar suco de limão ou xarope de gengibre ou de hortelã ao cozimento (decocto), o que melhora seu sabor. Esta mesma preparação pode ser usada para eliminar vermes de gatos e cachorros, nas doses correspondentes de 5g para gatos e de 20g para cães, administradas uma a duas vezes por ano. Entretanto, apesar da baixa toxidade  do extrato alcoólico do fruto (DL50=280mg/Kg), seu uso por via oral deve ser feito com cautela, pois a ingestão dos alcalóides ou do extrato em quantidade equivalente a 80g da planta ou mais, produz grave intoxicação que atinge o sistema nervoso central, provocando paralisação dos nervos motores e consequentemente morte por parada respiratória. Por este motivo, a administração oral como anti-helmintico somente deve ser feita se os alcalóides estiverem sob a forma de tanato, que não é absorvível pelo homem, mas continua ativo sobre os vermes chatos e por causa dessa ação tóxica seu uso em crianças com menos de 12 anos só pode ser feito sob orientação médica.

 Referencias:

HARRI, LORENZI, F.J. A. Matos, 2008  Plantas Medicinais: no Brasil:  nativas e exóticas, 2 ed.  Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum




Um comentário:

  1. Essa restrição do uso por crianças é importante de ser colocado. Já tinha ouvido sobre isso e estou pesquisando sobre isso pra adicionar ao nosso site e levar informação a nossos leitores.

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